quarta-feira, 20 de junho de 2018

A ARTE de BORDAR ARTE na ARTE⚘


Não é segredo para ninguém. Todos  sabemos...(ou não???)... que, em certas manhãs, a Arte acorda primaveril...ainda mais formosa, despertando as rosas para, com elas, bordar a criatividade.

Sim! Há rosa Virgínia bordando reminiscências fotográficas; aliás, um jardim inteiro de rosas bordadeiras de histórias. Cito nominalmente a Virgínia
(Virginia Hiromi Fukuda Viana), porque eu a conheço de um outro jardim... um que borda leituras (Clube de Leitura Penguin).

Mas, enfim, intitula-se "Café com Bordado", o grupo que, dentre outras produções, valeu-se da sublimação (as  fotografias antigas impressas em tecido), para criar o sublime (o bordado erigido a predicamento de adorno da memória).

"Café com Bordado"! Simpática a proposta que o nome sugere, não é?!
Faz-me imaginar corações bordados de sonhos em xícaras de café.

Para essa aventura criativa, o abrigo dos sonhos só poderia ser o charmoso Museu da Fotografia Fortaleza, onde, a exposição  "NÚCLEO - Bordando histórias", então, bordou-se. Espraiou-se em delicadas intervenções que, habilmente,  matizaram o tempo cor de sépia, sem, em momento algum, desnaturarem o que o passado deixou para os olhos do presente e do futuro.   Ao revés, aformoseando as jóias pretéritas, com toda a reverência à história que, ali, se eterniza.  As fotografias de uma vida são relicários bordados de múltiplos sentimentos.

Sabe a gíria da vez "tocando o terror"? Estão tocando é o amor!!! Aliás, BORDANDO o AMOR!!! O grupo? Sim!
O grupo!!! "Café com Bordado "!
 Quem dera todo o Universo!!!

Rita Brígido

quarta-feira, 13 de junho de 2018

SAIA (Uma homenagem ao escritor Xico Sá)


"Saia justa",*
saia rodada,
saia lisa,
saia rendada.
Saia de beijo,
saia de amplexo,
saia de "Amor & Sexo" *.
Saia de fuxico.
Saia Xico,
saia com sonhos "Extraordinários"!!! *
Saia de ser um... para ser vários!!!
Saia de "Cartão Verde" *
para o Universo!
Saia de palavra,
saia de verso,
saia diverso!!!

E Xico saiu! Saiu de nosso "Cratinho de Açúcar" para a irreverência do mundo... para a Folha de São Paulo,  para a TV Cultura (Programa "Cartão Verde"), para o GNT ("Saia Justa"), para a Globo ("Amor & Sexo"), para o SporTV ("Extraordinários"), para os sonhos... para os livros... para nós!!!

Saia!!!
Se você também sonha em sair,
saia estampada!
Saia surreal!
Saia 'Dalì' !!!

Rita Brígido

sexta-feira, 18 de maio de 2018

BILLIE HOLIDAY, NA LINHA DA VIDA...



Mudar a linha melódica das canções que interpretava era uma marca registrada de Billie Holiday.

Mas...

Billie, mudar a linha fatídica da vida, quando se nasce de duas crianças (a mãe com 13 anos...o pai, 15) e em país eivado de preconceito racial... 

 mudar a linha infausta de tua vida, depois do estupro, aos 11; e a prostituição, aos 13...

mudar a linha desditosa da vida... prisões, drogas e desventuras amorosas.

Mudar? Mudar? Mudar?
Através da VOZ? Através do JAZZ?  Através... atravessar....
Mas que TRAVESSIA!
Que travessa
a tua singularidade
de mudar a linha melódica das canções...
e, na nau das canções,
 atravessar a linha trágica de tua VIDA.

Rita Brígido

*********
E sobre a musa do Jazz...em cartaz:


“Amargo Fruto – A vida de Billie Holiday"

Com Lilian Valeska (foto), protagonizando o espetáculo.

No elenco, ainda, os atores Vilma Melo e Milton Filho.

E os músicos Berval Moraes (baixo acústico), Emile Saubole (bateria), Marcelo Alonso Neves (saxofone) e Adaury Mothe (piano).


Texto de Jau Sant' Angelo e Ticiana Studart.


Na Caixa Cultural, Fortaleza-CE, até 19 de maio de 2018.

domingo, 29 de abril de 2018

A ARTE MERECE O NOBEL DA PAZ


Como uma alma aflita pode produzir tanta beleza? ...enquanto outros, movidos pela angústia, ferem a paz no mundo e em si mesmos.

É o milagre da Arte! A Arte canaliza o atordoamento desgovernado da angústia em direção à força da beleza.

E o que poderia ser, inicialmente, matéria-prima para um holocausto universal resulta em bênção para a Humanidade.

Ah! SIM! A ARTE MERECE O NOBEL DA PAZ!!!

Rita Brígido

Museu Van Gogh - Amsterdã, Holanda - abril 2017.


domingo, 22 de abril de 2018

NÓS QUE VIVEMOS A ARTE... E ELA QUE NOS VIVE...


Letícia, de Rita...Gala, de Dalí.

A Arte está bem perto de nós! Vive em nossa rotina e, também, nas excentricidades que transbordam o cotidiano.

Hoje, fotografei minha filha contemplando o mar...e, quando me dei conta, estava diante da lembrança de Salvador Dalí retratando sua Gala em semelhante contemplação.

Observando mais atentamente, encontrei outras coincidências: a cor semelhante das vestes e o cabelo preso de ambas. Letícia, de Rita...Gala, de Dalí.
Coincidências?... Ou sincronicidades???

Qual a matéria-prima do acaso???
 Às vezes, parece-me que nele habita algo a escapar da ideia do meramente casual. Uma ordem racional de planejamento arquitetada em uma outra dimensão que não conhecemos, mas que nos conhece por inteiro.

Sinto que tanto a ARTE quanto a NATUREZA alimentam-se, com constância, de sincronicidades...ou, ao revés, nutrem-nas. Talvez, ambos... .

Seja como for, misterioso como for, uma certeza flutua límpida no firmamento das incertezas: a relação de reciprocidade - Nós, que VIVEMOS a ARTE... e ela que nos VIVE!!!

Quem sabe seja essa uma das principais matérias-primas de que se origina o que costumamos chamar de acaso?!?!

Ah! O ser humano!!! De caso com o acaso...e nem ao menos sabe onde ele mora. O acaso sem sobrenome, sem RG, sem hora...
para chegar ou ir embora...

Rita Brígido

sexta-feira, 20 de abril de 2018

INFÂNCIA e POESIA: um encontro de MAGIA!


"As Reinações do Rei", "Passarinho Carrancudo", "Historinhas Cascudas"... Horácio Dídimo, na infância de minha filha!!!

Com três aninhos, ela encontrou-o casualmente, pela primeira vez. Sentado à mesa de uma aprazível área externa de um restaurante em Fortaleza, lá estava ele, na companhia de sua amada Evendina.

Em espontânea alegria, o sorriso de minha Letícia correu ao encontro do sorriso de menino de Dídimo.  Ora! Sorrisos de crianças reconhecem-se em qualquer lugar do Universo. Seguindo a mesma trilha de vivacidade, os passinhos da bebê em alvoroço, desviando, por milagre, seu corpinho das quinas das outras mesas. E eu, puxada pela mão, assim de surpresa... sem o domínio absoluto dos movimentos, rogando aos céus a extensão do milagre para mim, também.

 -Dídi ...Dídi... mamãe, é o Dídiiiiii!!!!

Simplesmente lindo de ver o encantamento de uma leitora-bebê por um escritor. Dídimo emocionou-se com o abraço da criancinha vindo ao seu encontro... e exclamou:

- São estes momentos que fazem valer a pena escrever!

Tempos depois, ela, já uma menininha de 8 aninhos... e a infância, de braços dados com a poesia, concedendo-lhe a oportunidade de rever "seu Dídi", em um evento teatral. Eis os dois fotografados pela emoção de uma mãe!!!

Sim, fico sempre emocionada quando a Literatura ocupa lugar de honra no coração de uma criança.

Escritores como Elvira Drummond, Horácio Dídimo, Pedro Bandeira, Ruth Rocha, Socorro Acioli... quer em poesia, quer em prosa entrelaçada com o poético, conquistam, cotidianamente, esse espaço. Isso é AMOR CRIATIVO!!!

A todos que se dedicam a tão nobre amor, parabéns, nesta data gloriosa em que festejamos Monteiro Lobato e o Dia Nacional do Livro Infantil.

Nossa profunda gratidão pelas preciosas dádivas que, deles, recebemos: a poesia a cada palavra, a infância a cada narrativa. Sem a Literatura, quanta vida de criança seria só vida adulta... e quanta vida adulta seria apenas vã tentativa!!!

Rita Brígido

* 18 de abril
(Dia Nacional do Livro Infantil).

quarta-feira, 18 de abril de 2018

¡GRACIAS!


... E, então, a amiga, pôs, delicadamente, o chá em minha xícara de porcelana...  um aroma de hortelã nos envolveu. A varanda ampla e branca contrastava com o anil rosado do céu. Era uma daquelas tardes que as palavras não podem explicar... e deixam tudo por conta dos matizes do arrebol. 

A mesa, impecavelmente, posta: pãezinhos sírios, macarrones de pistache, amêndoas, damascos glaçados no chocolate, o bule de prata da avó, orquídeas brincando nos pires forrados com rendas de renascença... .

Ela bem sabia que eu viria na companhia de meu coração. Convidou o dela, também. E já éramos, ali, quatro à mesa. Foi quando, então, que seus olhos recitaram vivacidade para seu sorriso, e sua voz traduziu:

- Já leste “O amor nos tempos do cólera”?

- Sim! – meus olhos e meu sorriso corresponderam com igual entusiasmo.

- Ah! Eu te trouxe Gabriel... e o amor...

Um ‘rayito del sol’, que brincava de adeus, deteve-se, confundindo os azuis do céu e da capa do livro. Pousou sobre Gabriel... e o amor.

Pronto! Os convidados todos à mesa.

Sons de violino, gradualmente, aproximando-se pelas mãos perfumosas das infusões de baunilha com abacaxi. Frutas desidratadas aromatizando o passado; magicamente, hidratando as recordações. 

E deixamo-nos ficar ali, eternos...

Rita Brígido

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*Em "Comentários", algumas "gracias" a mais...